Criador de vírus condenado - 28/01/2003

Este é o Disque Piropo de terça-feira, vinte e oito de janeiro. Obrigado por estar conosco. Semana passada, um tribunal londrino condenou Simon Vallor, do país de Gales, a dois anos de prisão. A sentença foi baseada na terceira seção de uma lei de 1990 que regula o uso indevido de computadores no Reino Unido. A acusação que levou o tribunal a emitir a sentença de prisão foi o desenvolvimento e disseminação de vírus de computador. Simon Vallor criou três deles: "Gokar", "Admirer" e "Redesi". O mais destrutivo foi o "Redesi": disfarçado em uma correção de vulnerabilidade pretensamente emitida pela Microsoft, o vírus permanecia inativo até o dia onze de novembro, quando reformatava o disco rígido da máquina infectada. O que mais se disseminou foi "Gokar", um vírus relativamente inofensivo: apenas afetava servidores da Internet, alterando o conteúdo da página de abertura. Já "Admirer" pouco ou nada fazia: apenas emitia uma mensagem relativa ao dia dos namorados. No total, os três vírus chegaram a contaminar cerca de vinte e sete mil máquinas em quarenta países. Vallor foi preso em catorze de fevereiro do ano passado, depois que o FBI americano conseguiu localizar seu computador e transmitiu a informação à Scotland Yard. Que além de prender o pilantra, apreendeu seu micro. Tanto quanto se sabe, esta foi a pena mais pesada imposta a um criador de vírus. Até agora, a maior tinha sido a de Cristopher Pile, condenado a ano e meio de prisão em 1995 por crime semelhante. Ao que parece os tribunais ingleses decidiram punir exemplarmente o biltre para deixar claro que o crime praticado é sério e não deve ser encarado como brincadeira. O que eu acho muito justo. Na verdade, eu jamais consegui entender o que se passa na mente de um indivíduo que usa seu engenho como programador para causar prejuízos incalculáveis a milhares de pessoas que ele nem ao menos conhece. Pau neles. Boa sorte e até o próximo DisquePiropo.